No
mundo digital em que estamos vivendo, a necessidade de acompanharmos
as novas tecnologias é cada vez mais essencial, pois caso contrário
ficaremos excluídos do processo digital. No âmbito educacional não
é diferente, as possibilidades se multiplicam e muitas vezes não
conseguimos acompanhar o rítmo das mesmas.
Pensando nisso, sugerimos duas ferramentas que podem ser usadas,
tanto na Educação Infantil, como nos demais níveis. Trata-se do
VOKI e do STORYJUMPER. São duas ferramentas muita divertidas e com
um potencial pedagógico muito grande.
O VOKY consiste na criação de Avatares que podem ser utilizados
em diversas atividades. O professor Mestre Vitor Malaggi
disponibilizou algumas sugestões do uso pedagógico do VOKY (http://www.voki.com)e também
do STORYJUMPER, ( https://www.storyjumper.com/library/my) que estão abaixo:
SUGESTÕES
PARA O USO DO VOKY
C
riação
individual de personagens no Voki
para,
posteriormente, socializar na turma e
utilizá-los
em brincadeiras
de faz-de-conta .
Para
tanto, o(a) educador(a) deve organizar o
espaço
pedagógico da turma com objetos,
fantasias
e outros materiais, de forma a
potencializar
o faz-de-conta com base nos
personagens
virtuais
O
s(as)
educandos(as) poderiam gravar
pequenos
trechos de áudio com reprodução
oral
de trava-línguas, parlendas ou poemas,
posteriormente
criando um avatar temático
para
“recitá-lo” no mundo virtual. Para tanto,
pode-se
utilizar a opção de upload de arquivo
de
áudio no Voki. Por fim, o(a) educador(a)
proporia
as crianças a realização de um sarau
com
os avatares.
C
riar
avatares para uma “Batalha de
Adivinhas”:
as crianças trabalham em grupo
na
criação de personagens que proporiam
adivinhas
para
os demais colegas. As
possíveis
respostas estariam escritas em
tarjetas
com letra de fôrma, com a primeira
letra
grafada em destaque. Após decifrar a
adivinha,
o grupo deverá encontrar a tarjeta
certa,
com base nos conhecimentos que
possuem
sobre a escrita. As adivinhas podem
versar
sobre diferentes assuntos, até mesmo
sobre
os colegas da turma, utilizando assim
tarjetas
com nomes pŕoprios.
N
o
tocante a criação de histórias, o(a)
educador(a)
poderia criar um avatar
tematizado
com um enredo inicial. A partir da
contação
iniciada pelo personagem virtual,
os(as)
educandos(as) dariam continuidade na
história
sempre buscando atrelar sua criação
com
os momentos anteriores, personagens,
etc.
A produção coletiva poderia ser gravada
em
audiovisual pelo(a) educador(a) ou
registrada
de forma escrita em um painel, por
exemplo.
Após isso, as crianças poderiam
realizar
os desenhos, pinturas ou outro
registro
estético sobre as partes da história
coletiva.
N
o
trabalho
pedagógico com projetos ,
o Voki
poderia
ser utilizado para explorar elementos
culturais
de outros países, por exemplo. Para
tanto,
alguns recursos interessantes neste
contexto
seriam os diferentes tipos de vozes
com
sotaques pré-existentes no Voki, bem
como
a possibilidade de adicionar cenários
com
base em imagens pesquisadas na
Internet
A
o
discutir algum tema ou assunto que
envolve
a argumentação/explicação, o(a)
educador(a)
poderia propor a criação de
avatares
que contivessem em suas falas o
posicionamento
inicial das crianças. Após isso,
o(a)
educador(a) fomentaria o debate com
base
em novas problematizações, solicitando
justificativas
e confrontando opiniões. Tal
atividade
pode ocorrer, por exemplo, em um
contexto
de discussão após a contação de
histórias
U
ma
atividade interessante, envolvendo a
temática
da diversidade, poderia atrelar a
construção
de Vokis para perceber, analisar e
acolher
diferentes formas de pronúncia, gírias,
sotaques
e conhecimentos sobre a linguagem
oral.
Para tanto, os avatares criados
ganhariam
a voz gravada das próprias
crianças,
por meio da opção de upload de
arquivo
de áudio. Vale destacar que, tanto na
plataforma
Windows quanto Linux, existem
boas
opções de editores de áudio. Uma delas
é
o Audacity
.
P
roduzir
cartas, avisos ou bilhetes falados
pode
ser uma atividade proposta usando o
Voki
com a mediação
docente .
A partir de uma
roda
de conversa, as crianças poderão discutir
o
contexto de produção (um bilhete para
lembrar
as outras turmas da escola sobre uma
atividade
que será desenvolvida; uma carta
para
que a comunidade escolar fique ciente
das
regras de uso da brinquedoteca ou do
parque)
e utilizar avatares para divulgar as
mensagens.
As imagens dos avatares
poderão
compor cartazes ou as mensagens
sobre
a atividade que está sendo divulgada.
Também
é possível divulgar em espaços
digitais,
como e-mails, blogs ou páginas no
Facebook
da escola.
E
xplorar
os diferentes recursos que o Voki
oferece
na criação dos avatares
(características
física, cores e tamanhos) para
a
construção da imagem que fazemos das
outras
pessoas e o reconhecimento da própria
imagem.
Dar diferentes nomes para os
avatares,
permitir que as crianças expressem
o
que acharam dos avatares construídos,
podem
ser propostas utilizadas para as
atividades
envolvendo a construção da
identidade,
o respeito à diversidade,
identidade
de gênero e
interação, itens que
compõem
o eixo Identidade e Autonomia da
Educação
Infantil.
Abaixo,
indicamos algumas ideias que poderiam ser utilizadas na apropriação
pedagógica do
StoryJumper
em contextos de educação das infâncias:
(Professor Mestre VITOR MALAGGI)
1.
O(a)
educador(a) pode criar no
StoryJumper
o início de uma história
(utilizando
algum gênero da literatura infantil -
lendas,
fábulas, mitos, contos populares, etc.)
e,
após apresentá-la e analisar sua estrutura
inicial
com os(as) educandos(as), convidá-los
para
dar continuidade à narrativa a partir das
suas
próprias criações. As crianças em grupos
poderiam,
por exemplo, produzir seus próprios
desenhos
no tocante aos cenários e
personagens,
os quais seriam digitalizados e
inseridos
no StoryJumper com a
funcionalidade
de upload de imagens (Fotos).
A
parte escrita da narrativa, criada pelas
crianças,
pode ser registrada pelo próprio
educador(a),
atuando neste contexto na
função
de escriba.
2.
Atividades
de narração e/ou sonorização
de
histórias podem
ser realizadas de forma
divertida
no StoryJumper, utilizando-se da
função
“Narrar” desta tecnologia. No tocante a
narração,
o(a) educador(a) pode valer-se da
criação
com as crianças de livros digitais
contendo
somente imagens. Após isso, as
crianças
formulam e gravam a narração, as
falas
dos personagens e contam a história,
diretamente
no StoryJumper. Uma versão
desta
atividade, focada no trabalho
interdisciplinar
com a Música, envolve a
criação
de um livro digital sonorizado. As
crianças
definiriam que personagens e
situações
seriam sonorizadas, utilizando
materiais
diversos (sons vocais, corporais,
instrumentos
musicais convencionais e
não-convencionais,
etc.) para compor e
registrar
os sons no StoryJumper.
3.
Nas
Diretrizes
Curriculares Nacionais da
Educação
Infantil (DCNEIs) ,
destaca-se a
importância
de promover o contato das
crianças
com diversificadas manifestações
artísticas,
tais como as artes gráficas e
fotografia.
Uma forma de utilizar o
StoryJumper
para tal objetivo seria conectá-lo
às
propostas metodológicas de aula-passeio
e
texto
livre ,
do pedagogo francês Célestin
Freinet.
O(a) educador(a) planejaria vivências
sobre
artes gráficas urbanas, como o grafite:
após
discussões iniciais para o levantamento
dos
conhecimentos prévios, proporia uma
aula-passeio
para ampliação de repertório, na
qual
as próprias crianças registram diferentes
grafites
da cidade em fotos. No espaço da
turma,
os registros fotográficos e percepções
das
crianças seriam socializados e discutidos
na
roda de conversa. Por fim, o(a) educador(a)
propõem
a criação de textos no StoryJumper,
ensejando
a livre expressão das crianças em
histórias
que ocupem os registros fotográficos
como
elementos de definição da narrativa.
4.
Uma
atividade de suma importância na
Educação
Básica, a reescrita
de textos ,
pode
ser
iniciada com as crianças desde a
Educação
Infantil, mesmo antes de
conhecerem
as formas convencionais de
escrita
alfabética. Neste contexto, as crianças
apropriam-se
das características da linguagem
escrita,
bem como de diferentes gêneros
(poemas,
lenda, fábula, etc.), em atividades
que
envolvem criatividade e imaginação.
Reescrever
um texto já existente não é
sinônimo
de reprodução literal, mas, sim, criar
uma
versão própria do texto. Envolve suprimir
partes,
trocá-las por outras, inserir novos
trechos
quando julgar necessário. Partindo de
gêneros
afins da literatura infantil, o(a)
educador(a)
pode utilizar o StoryJumper na
reescrita
de histórias. Primeiramente, as
crianças
apropriam-se da narrativa original.
Posteriormente,
pensam em diferentes formas
de
modificá-la, seja na estrutura narrativa,
ações
dos personagens, locais onde se
passam
determinados acontecimentos, etc.
5.
Os
objetivos previstos no eixo Natureza
e
Sociedade ,
propostos nos RCNEIs, podem
ser
trabalhados utilizando o StoryJumper
como
um suporte de sistematização e
divulgação
das atividades desenvolvidas pelas
crianças.
Na Educação Infantil é importante
que
as crianças realizem reflexões sobre a
diversidade
de hábitos, modos de vida e
costumes
de diferentes épocas, lugares e
povos.
Neste processo, passam a reconhecer
as
permanências e mudanças, bem como as
relações
entre o seu cotidiano e as vivências
socioculturais,
históricas e geográficas de
pessoas
(mais próximas, inicialmente), grupos
ou
gerações. São possibilidades de temas que
podem
ser trabalhados: tipos de alimentação,
escola,
moradia, vestimenta
,
músicas, jogos e
brincadeiras,
brinquedos, atividades de
trabalho,
lazer, dentre outras. Para tanto,
pode-se
utilizar imagens pesquisadas na
Internet,
registros realizados pelas crianças
(fotos
ou ilustrações), bem como materiais
pertencentes
ao seu grupo familiar.
6.
Também
é possível compor no
StoryJumper
um e-book com brincadeiras
antigas
e atuais. Para isso, podem ser
propostas
pesquisas com pessoas de mais
idade,
para que listem e descrevam as
brincadeiras
que mais gostavam na infância.
Ao
compilar as respostas, a turma pode
observar
as mais recorrentes (comparando os
nomes
e variações, por exemplo) e convidar
as
pessoas que a conhecem para brincarem
juntos.
A turma também pode escolher as
brincadeiras
atuais que mais gostam para
socializar.
Os registros dessas atividades
poderão
compor o e-book: imagens, fotos,
descrição
da brincadeira, etc. Uma variação
pode
ser feita se considerarmos o brincar em
diferentes
locais do Brasil. No site Território
do
Brincar
você
encontra um projeto desenvolvido
entre
2012 e 2014, que percorreu diversos
locais
do Brasil (comunidades rurais,
indígenas,
quilombolas, grandes metrópoles,
sertão
e litoral), com registros do que os
documentaristas
denominaram “as sutilezas
da
espontaneidade do brincar”.
7.
O
StoryJumper pode ser utilizado para
criação
de dicionários. Desde a Educação
Infantil
é importante que as crianças
conheçam
a função do dicionário e se
aproximem
da sua organização e também
daqueles
disponíveis em aplicativos e online.
Por
isso, é importante ampliar a proposta de
criação
de dicionários nessa faixa etária para
além
de relacionar uma letra do alfabeto a
uma
palavra ou nome de um colega da turma.
Podem
ser produzidos dicionários ilustrados,
com
temáticas específicas ou de explicação
de
conceitos que permitam que as crianças
registrem
o significado
que elas atribuem às
palavras
a
partir da sua
leitura do mundo .
Também
é possível criar dicionários de
palavras
derivadas de língua africana ou
indígena
que, além de ampliar o repertório,
pode
ajudar a discutir a diversidade e a
multiculturalidade.
8.
Usar
o StoryJumper para fazer
matemática
na Educação Infantil pode ajudar
as
crianças a organizarem informações e
estratégicas,
possibilitando a aquisição de
conhecimentos
matemáticos. As histórias
elaboradas
no StoryJumper podem ajudar as
crianças
a comunicarem ideias matemáticas,
socializando
os processos utilizados. O
professor
pode formular situações
problemas
relacionadas
às histórias para
propor desafios
matemáticos.
O importante é apresentar a
matemática
inserida e integrada ao contexto
delas.
Por exemplo: organizar histórias com
fotos
em diferentes momentos do período
letivo,
indicando medidas das crianças (altura,
massa,
tamanho dos pés, etc.), comparando
ao
longo dos meses. Já para investigar as
regras
e regularidades do sistema
numérico ,
pode
ser explorado o índice, a numeração das
páginas
e o ano de publicação, por exemplo.
9.
O
StoryJumper pode ser utilizado para
ajudar
no processo de construção da leitura
de
imagens
na
Educação Infantil, bem como para
podem
ser escolhidas pelas crianças a partir
de
uma temática, ou podem ser apresentadas
pelo
professor. De acordo com os RCNEIs, é
aconselhável
que as crianças reconheçam e
estabeleçam
relações com seu contexto ao
apreciar
imagens, que podem conter pessoas,
animais,
objetos específicos às culturas
regionais,
cores, linhas, formas, etc. Porém,
também
é possível utilizar imagens abstratas
e,
nesse caso, o professor deve observar o
sentido
narrativo que as crianças atribuem a
elas.
É importante que o professor assuma o
papel
de provocador da apreciação e leitura
de
imagens, mas também que possibilite às
crianças
realizarem observações livres das
imagens
e socializarem comentários. Um
exemplo
de livro “sem palavras”, com
ilustrações
que dão a ilusão de estarmos nos
afastando
a cada página (ou nos aproximando
se
começarmos do fim para o começo) é o
Zoom
,
de Istvan Banyai.
10.
Na
Educação Infantil, é indicado que o
espaço
físico seja acolhedor e aconchegante.
Os
RCNEIs sugerem que seja disponibilizado
um
acervo com textos dos mais variados
gêneros,
em seus portadores/suportes de
origem
(livros de contos, poesia,
enciclopédias,
dicionários, revistas, etc). Este
acervo
deve estar organizado de modo a
garantir
o livre acesso das crianças e, quando
possível,
em número suficiente para
possibilitar
leituras compartilhadas. Também
pode
compor esse acervo os textos
produzidos
pelas crianças: coletâneas de
contos,
de trava-línguas, de adivinhas,
brincadeiras
e jogos infantis, revistas, jornais,
etc.
O StoryJumper permite a ampliação desse
acervo,
com a criação de uma biblioteca virtual
com
as produções das crianças, que pode ser
disponibilizada
para outras turmas, para os
responsáveis
e/ou comunidade externa,
conforme
a proposta pedagógica do
educandário.
Exemplo de trabalho usando o StoryJumper: https://www.storyjumper.com/book/index/38426286
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